Na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Santarém estamos extremamente preocupados, com estado de pobreza de variadíssimas famílias do nosso concelho as quais têm crianças a seu cargo.
A situação material ou o bem-estar das crianças está diretamente relacionado com a situação económica do contexto familiar das crianças (pobreza monetária, privação e desemprego dos pais). Infelizmente percebemos que, e não obstante o grande envolvimento de toda a parceria desta CPCJ, que existem no nosso concelho crianças a passar fome. Verificamos com muita frequência, frequência que aumenta dia após dia, a existência de crianças mal nutridas.
As consequências imediatas da fome são a perda de peso e o aparecimento de problemas no desenvolvimento. A subnutrição, principalmente devido a falta de alimentos energéticos e proteínas, pode vir, a curto prazo, aumentar a taxa de mortalidade, além da perda da capacidade de combater as infecções. As crianças subnutridas não crescem adequadamente e, na escola, não conseguem aprender. A fome causa efeitos irreversíveis ao nível do cérebro.
A fome ou uma deficiente nutrição infantil, é uma das mais significativas patologias, tornando-se um problema de saúde pública. Sabe-se que crianças subnutridas apresentam limitações de aprendizagem, não respondendo adequadamente aos estímulos, reduzindo o interesse diante do ato de brincar e explorar o novo.
Assim sendo, crianças a passar fome são crianças em perigo.
Decorre da Lei 147/99 de 1/9, que as situações de perigo, vivenciadas pelas crianças, devem ser acompanhadas, em primeiro lugar, pelas entidades com competência em matéria de infância e juventude e, caso não seja possível a estas debelar aquelas situações, devem as mesmas comunicá-las às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, as quais dispõem de mecanismos de apoio para fazer face a essas situações.
Assim deve acontecer nas situações de fome.
Existem, há data, meios disponíveis para que as CPCJs, através dos Centros Distritais da Segurança Social, possam acudir às situações de fome das nossas crianças, pelo que se apela a todos aqueles, e em particulares aos que diretamente lidam com crianças e jovens, que sinalizem às CPCJs as situações de carência alimentar de que tenham conhecimento.
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