29/02/12

Mensagem

Na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Santarém estamos extremamente preocupados, com estado de pobreza de variadíssimas famílias do nosso concelho e que têm crianças a seu cargo.

Da análise ao nosso relatório anual de acompanhamento, verificamos, e em comparação com o ano de 2010, que o número de famílias sem qualquer rendimento aumentou para o dobro sendo, no final de 2011, de 22,7% num universo de 560 processos acompanhados.

A situação material ou o bem-estar das crianças está diretamente relacionado com a situação económica do contexto familiar das crianças (pobreza monetária, privação e desemprego dos pais). Infelizmente percebemos que, e não obstante o grande envolvimento de toda a parceria desta CPCJ, que existem no nosso concelho crianças a passar fome. Verificamos com muita frequência, frequência que aumenta dia após dia, a existência de crianças mal nutridas.


As consequências imediatas da fome são a perda de peso e o aparecimento de problemas no desenvolvimento. A subnutrição, principalmente devido a falta de alimentos energéticos e proteínas, pode vir, a curto prazo, aumentar a taxa de mortalidade, além da perda da capacidade de combater as infecções. As crianças subnutridas não crescem adequadamente e, na escola, não conseguem aprender. A fome causa efeitos irreversíveis ao nível do cérebro.

A fome ou uma deficiente nutrição infantil, é uma das mais significativas patologias, tornando-se um problema de saúde pública. Sabe-se que crianças subnutridas apresentam limitações de aprendizagem, não respondendo adequadamente aos estímulos, reduzindo o interesse diante do ato de brincar e explorar o novo.

Preocupados com esta realidade, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Santarém tem vindo a apelar, junto da população em geral e junto das superfícies comercias em particular, para uma mobilização solidária em torno desta problemática a qual, a não ser devidamente acompanhada, virá a comprometer o desenvolvimento global das nossas populações nas próximas gerações.

Neste sentido, a iniciativa do grupo de cidadãos "Carrinho de Compras Solidário", muito tem contribuído na ajuda a famílias carenciadas através da entrega de bens alimentares e de primeira necessidade.

Iniciativas solidárias como esta, contribuem para minorar a grave situação de carência económica pela qual muitas famílias estão a passar e, dessa forma, para que as crianças em Portugal não passem fome.

É neste sentido que a CPCJ de Santarém vem, pelo presente, agradecer a todas as pessoas que, nesta iniciativa, no seu dia a dia, entendem a solidariedade como algo sério, que estão atentas às realidades que nos cercam e que, dentro das suas possibilidades, têm contribuído para o combate ao flagelo da fome.

22/02/12

O cyberbullying

Todos os dias crianças e jovens em todo o mundo sofrem de um tipo de violência que, muitas vezes, vem mascarada sob a forma de “brincadeira”. Este tipo de “brincadeira” era, até há bem pouco tempo, considerado inofensivo e, por isso, não valorizado por professores, educadores e pais. Hoje, e graças a estudos ainda recentes, sabe-se que estes comportamentos podem trazer sérias consequências para o desenvolvimento psíquico das crianças e jovens, podendo gerar uma baixa autoestima ou, nos casos mais graves, podem mesmo conduzir ao suicídio.

Esta violência é designada por “mau-trato entre iguais” ou, utilizando o termo inglês, “bullying”, e diz respeito a atitudes agressivas, intencionais, sem motivação aparente, repetidas e praticadas por um ou mais alunos contra outro, sendo uma forma de afirmação de poder interpessoal através da agressão, seja esta física ou psíquica.

As crianças e os jovens estão a ser, atualmente, vítimas de um outro tipo de intimidação. Trata-se do cyberbullying, quer é  bullying mas praticado recorendo às  tecnologias da comunuicação e informação, que são utilizadas para humilhar e/ou difamar, assediar…

O cyberbullying  pode revistir-se características diferentes: gráfica ( utilização da imagem); verbal (utilização da linguagem) e; psicológica ( transmissão de dados falsos sobre a vítima).

O “cyberbullying” abre as portas a ataques permanentes através dos computadores, telemóveis, consolas de jogos ou outros meios com acesso à internet.

É importante e necessário que os pais falem com os filhos sobre o cyberbullying.

Eis algumas que questões que podem abordar:

·        Pergunte ao seu filho sobre o que está a fazer online e encoraje-o a reportar-lhe ações de bullying. Prometa que irá empreender ações em seu nome e explique o que irá fazer. Tranquilize-o dizendo que não lhe vai retirar o telemóvel ou o computador;

·        Mantenha o computador da família num sítio central. Se o seu filho joga videojogos, mantenha as consolas de jogos com ligação à internet num local central. Os adolescentes têm ao seu dispor tantos meios para aceder à internet que colocar o computador num local central nem sempre é eficaz. Quando são mais velhos, é particularmente importante ter conversas francas.

·        Esteja atento a sinais de bullying online - por exemplo, ele fica agitado quando está online ou mostra relutância em ir para a escola.

·        Não tolere o cyberbullying em casa. O seu filho deve compreender que nunca, em qualquer circunstância, deve intimidar alguém. Clarifique bem as consequências.

·        Aconselhe o seu filho a não responder a mensagens que têm como objetivo ofender ou aborrecer quem as recebe. Ao responder pode-se estar a encorajar o agressor.

·        Chame a atenção do seu filho da importância de se respeitar a si e aos outros – estar online é público e bastante real, apesar de não parecer.

·        Mantenha as palavras-passe secretas. (Encoraje o seu filho a não partilhar palavras-passe, dados pessoais, fotografias, filmes ou outras informações que podem ser utilizadas para intimidação ou a emprestar os seus telemóveis ou portáteis).

·        Encoraje o seu filho a criar amizades e a ajudar os amigos a olharem uns pelos outros. (As probabilidades dos cyberbullies atacarem crianças que têm fortes amizades são menores. Se uma vítima tiver amigos à sua volta, o bullying para normalmente).

·        Obtenha ajuda da tecnologia. (Ative as características de segurança disponíveis na maior parte dos programas e serviços).


Por outro lado se os pais perceberem que os filhos estão a ser vítimas e de cyberbullying devem:

·        Atuar de imediato pois os filhos precisam de saber que os pais os vão ajudar. (Não esperem para ver se o abuso para. Se acharem que os filhos estão em perigo contatem a polícia).

·        Informem os filhos para não responder ao cyberbullying.

·        Bloqueie os “cyberbullies”. (A maior parte dos serviços Web permitem bloquear qualquer indivíduo cujo comportamento é inapropriado ou ameaçador de qualquer forma. Consulte o serviço – rede social, IM, telemóvel – para saber como).

·        Guarde mensagens de texto, e-mails e outras provas de cyberbullying caso as autoridades precisem destas.



Para obter informação mais detalhada sobre segurança na internet consultar:

http:/www.internetsegura.pt

Segurança na internet (artigo do Júnior)